Fique atento ao impacto dos impostos sobre o valor do seu produto ou serviço

Como já falamos aqui, uma análise precisa de Formação de Preço deve ir fundo nos detalhes de custos e despesas do negócio. Variáveis de diferentes ordens são levadas em conta pelos gestores, mas os menos atentos costumam tropeçar em uma que é inerente a qualquer atividade econômica: os impostos.

Essa prática é uma das mais antigas do nossa sociedade organizada, sendo que os primeiros registros de cobrança datam de cerca de 5.000 anos atrás. De lá pra cá, é claro que a coisa se desenvolveu e hoje envolve uma teia complexa de diferentes alíquotas, leis e sistemas tributários. É IRPJ, PIS, Cofins, CSLL, ISS, IR, etc. Por isso, os trabalhos ligados a impostos devem ser feitos em parceria com um contador de confiança. 

Cada segmento tem suas particularidades, variando também conforme a região em que a empresa está instalada. Mas a BMCE tem algumas dicas gerais para evitar confusão entre siglas e porcentagens, principalmente na hora de formar seu preço.

Sobra de segurança

O primeiro ponto a se atentar é sobre qual opção de tributação foi escolhida e acompanhar com a equipe de contabilidade as variações das alíquotas referentes a ela. Quando se opta pelo sistema de Lucro Presumido, por exemplo, existe uma lei específica que incide sobre as empresas do setor de saúde – especialidade da BMCE – diminuindo a presunção de lucro de 32% para 8% do faturamento total.

É fundamental que o gestor fique atento também ao Imposto de Renda da empresa. Ainda dentro do exemplo acima, existe uma cobrança adicional de 10%, caso o lucro do negócio ultrapasse R$60.000,00 por mês. Assim, desde que não inviabilize o preço de venda, é indicado considerar um alíquota total ligeiramente maior para ter uma folga na margem e não perder dinheiro justamente quando se vende mais.

Quem mexeu na minha margem?

A escorregada mais comum entre os gestores é a de calcular o valor do imposto sobre o preço de custo do produto, quando na verdade ele incide sobre o de venda. Por exemplo, um produto que tem um custo de produção total de R$ 3,00 cujo imposto incidente seja de 28% e a margem de lucro esperada é de 10%. Se o gestor fixar seu preço de venda em R$4,14 (R$3,00 + 38%) terá prejuízo. Para evitá-lo e ter os 10% de lucro em cima do seu produto, então, o seu preço de venda deveria ser de R$4,84, R$0,70 a mais do que ele calculou inicialmente. Veja:

 ErradoCorreto
   
Preço de VendaR$4,14R$4,84
   
Imposto (28%)R$1,16R$1,36
Custo de ProduçãoR$3,00R$3,00
Custo TotalR$4,16R$4,36
   
Margem-R$0,02R$0,48
Margem %0%10%

Tiro pela culatra 

A BMCE chama atenção também para o que mais prejudica as empresas quando o assunto é imposto: a não emissão de nota fiscal para 100% da receita. Segundo os consultores, essa prática gera uma falsa sensação de bons resultados, pois permite margens de lucro maiores, já que sem a incidência de impostos os custos serão menores. No entanto, isso pode implicar numa autuação do Fisco.

Esse risco é ainda mais iminente quando se realiza vendas por Cartão de Crédito ou Débito. Por conta do recebimento via Bancos, esse valor fica visível pelo Fisco, facilitando a fiscalização. A automatização dos setores também pode virar esse jogo e prejudicar o caixa e o movimento das empresas, ao se verem induzidas a emitir NF sobre a totalidade da receita e terem que aumentar seus preços de venda rapidamente.

Informações claras

De qualquer forma, só um controle organizado sobre o fluxo financeiro da empresa permite uma visão clara do impacto dos tributos sobre seus resultados. Se você se sente inseguro sobre sua gestão, conte com a BMCE para avaliar em que parte do processo pode haver falhas e, então, corrigi-las. Com segurança será muito mais fácil tomar as melhores decisões. Conheça nossos serviços.

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