Saiba quais cuidados tomar dentro desta prática de gestão

É relativamente comum que uma empresa atue formalmente sob dois CNPJ’s, ainda que o negócio em si seja um só. Isso pode acontecer em casos de fusão em que, por razões de contratos com clientes, convênios ou registros de funcionários, os responsáveis optam por manter os registros originais, ou ainda nos casos em que se busca enquadrar a atividade apta ao perfil de Simples Nacional, opção em que a tributação é menor.

Essa prática, no entanto, pode afetar diretamente não apenas a contabilidade, em que corre-se o risco até de ser caracterizado como fraude, mas também a estratégia gerencial do negócio. Enquanto os registros financeiros devem ser controlados de forma agrupada, os tributários devem obedecer a regra de cada CNPJ, e é para evitar problemas nas duas áreas que separamos algumas dicas para você!

Cada despesa em seu lugar

Uma dica fundamental é garantir que todas as despesas da empresa seja paga pela conta bancária de mesmo CNPJ. Como uma das vantagens da prática de manter dois registros para o mesmo negócio é a redução dos impostos sobre a mão de obra, é comum ter funcionários vinculados em cada um dos cadastros. 

O problema é quando no momento do pagamento do salário os gestores deixam essa informação de lado e efetuam a transferência a partir de contas não correspondentes ao CNPJ da contratação. O mesmo ocorre com as despesas e compras realizadas para cada empresa e em ambos os casos, pela experiência de atendimento da BMCE, essa atenção por parte dos responsáveis é bem rara.

Para manter esse controle em dia, é provável que seja necessário realizar transferências entre as diferentes contas bancárias do negócio. Essas movimentações frequentemente devem ser tratadas como empréstimos de um CNPJ para o outro e, assim, ter contratos assinados entre as empresas formalizando a transação. Esse cuidado vai facilitar o trabalho da contabilidade e garantir mais segurança nas informações. 

Quem mexeu no meu preço?

Outra questão fundamental para lançar um olhar atento nesses casos é sobre a Formação de Preço. Se a tributação total sobre um CNPJ é diferente da que incide sobre o outro, é necessário buscar a média dessa tributação para, então, calcular a variável dos impostos sobre o custo dos produtos ou serviços vendidos. 

A tática para isso é identificar a participação de cada cadastro na receita total do negócio e multiplicar esse número pela alíquota que incide sobre cada um deles, vide exemplo abaixo:

EMPRESARECEITA MÉDIAPARTICIPAÇÃO NA RECEITATRIBUTOS TOTAIS
CNPJ – XR$ 200.000,0071%14%
CNPJ-YR$ 80.000,0029%23%
TRIBUTOS MÉDIOS[(14% x 71% = 9,94%) + (23% x 29% = 6,67)] = 16,61%

Para uma precificação eficiente, essa análise deve ser reavaliada constantemente, de acordo com as mudanças nas vendas, já que o pagamento dos impostos é realizado sobre a receita.

Informações para decisões seguras

E por falar em análise, um cuidado primordial para qualquer negócio é conhecer seus dados gerenciais e garantir a confiabilidade de cada um deles. Tendo dois CNPJ’s, esse controle demanda um pouco mais de atenção, mas toda empresa precisa entender a composição das suas informações para ter nas suas mãos o poder de tomar decisões estratégicas de maneira rápida e com mais assertividade.

Se você ainda não entende como ter uma visão clara sobre seu negócio, entre em contato com a BMCE que te mostramos o caminho para essa gestão eficiente!

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